Sugestões de nomes para serem trabalhados nas aulas de Artes - Ensino Fundamental e Médio.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/artes/negros-pintores.jhtm
Pintores Negros
Contribuição negra à arte brasileira
O artista plástico e museólogo Emanoel Araújo resgatou a obra dos pintores negros brasileiros.
|
Depois disso, talvez se mencionem obras arquitetônicas e esculturais do Brasil Colônia e, mais recentemente, talvez se fale em literatura, por se levarem em conta as origens negras ou mestiças de escritores como Machado de Assis ou Mário de Andrade. No entanto, não são tão poucos os brasileiros negros que se dedicaram à pintura, nem é pequeno o valor artístico de sua produção pictórica.
Suas obras têm sido resgatadas pelo artista plástico e museólogo Emanoel Araújo, desde o centenário da abolição da escravatura, em 1988, com a exposição "A Mão Afro Brasileira", e teve continuidade com a mostra "Negros Pintores", que se inaugurou no Museu Afro Brasil, em São Paulo (SP), em agosto de 2008.
Dez artistas
Nela, reuniram-se 140 pinturas de 10 artistas atuantes entre a segunda metade do século 19 e as primeiras décadas do século 20. O período em questão, na verdade, ainda não mereceu maior atenção dos estudiosos e historiadores da arte. Ao contrário, Emanoel Araújo ressalta "os maus tratos, a ignorância e a insensibilidade com que se trata no Brasil a história e a memória iconográfica" dessa época."Durante muito tempo", diz o museólogo, "pouco se sabia sobre esses pintores, pouco se conhecia de sua produção artística". "Na verdade, essas obras ainda surpreendem quando aparecem no mercado de arte", ele acrescenta, lembrando "a necessidade de uma política de revisão para resgatar em profundidade essa produção artística".
De qualquer modo, dez artistas já passaram a ter seus nomes inscritos, definitivamente, na história da arte no Brasil. "A vida de cada um deles", conta Araújo, "foi uma interminável batalha, um grande esforço pessoal, de uma tenacidade inimaginável, pela afirmação e reconhecimento de suas obras". "O fato de seus nomes permanecerem já credencia a raça negra ao reconhecimento da nação pela sua contribuição à construção da cultura brasileira", conclui.
Arthur Timótheo (1882-1922)
|
Estudou na Casa da Moeda do
Rio de Janeiro e, posteriormente, na Escola Nacional de Belas Artes.
Foi pintor de paisagens e figuras, destacando-se entre essas nus e
retratos. Algumas de suas paisagens impressionam pela textura, pela
luminosidade e pela intensidade do colorido. Esteve na Europa onde
manteve contatos artísticos que o influenciaram.
|
Benedito José Tobias (1894-1963)
|
O artista é mais conhecido
pelos pequenos retratos de negros e negras realizados a óleo sobre
madeira ou a guache sobre papel, “com maestria e com uma certa tensão
expressionista”, segundo avaliação de Emanoel Araujo. Tobias tem obra
pouco pesquisada ainda, apesar da qualidade e do empenho do artista em
desenvolver a técnica pictórica.
|
Benedito José de Andrade (1906-1979)
|
Pouco conhecido ainda, o
artista paulista realizou obras entre as décadas de 30 e 40. Freqüentou
o Liceu de Artes e Ofícios, sendo aluno de Viggiani, Panelli e Enrico
Vio. Recebeu vários prêmios e está inserido historicamente numa
circunstância de intensa produção artística.
|
Emmanuel Zamor (1840-1917)
|
Nasceu em Salvador, mas foi criado nas Europa
pelos franceses Pierre Emmanuel Zamor e Rose Neveu, seus pais adotivos.
Estudou música e desenho na Europa. Foi pintor e cenógrafo. Freqüentou
a Academie Julian, em Paris, anos antes de Tarsila do Amaral. Voltou
ao Brasil entre 1860 e 1862, quando parte de suas obras foi destruída
em um incêndio no Brasil.
|
Estevão Silva (1845-1891)
|
Foi o primeiro pintor negro
a se formar na Academia Imperial de Belas Artes e pode ser considerado
um dos melhores pintores de natureza morta do século 19. Realizou
igualmente pinturas históricas, religiosas, retratos e alegorias. A
crítica ressalta a qualidade das composições do artista, realizadas com
prodigalidade de vermelhos, amarelos e verdes.
|
Firmino Monteiro (1855 – 1888)
|
Nasceu no Rio de Janeiro e
teve infância atribulada. Exerceu várias profissões: encadernador,
caixeiro e tipógrafo. Cursou a Academia Imperial de Belas Artes, onde
foi aluno de Victor Meireles. Sua reputação se deve à pintura histórica
e de gênero, mas executou pintura religiosa e principalmente
paisagens.
|
João Timótheo (1879-1932)
|
Artista de produção
numerosa (deixou cerca de 600 obras), iniciou o aprendizado na Casa da
Moeda do Rio de Janeiro. Pintor, decorador e gravador, realizou
paisagens, retratos, marinhas, pintura histórica e de costumes. Foi
aluno de mestres como Rodolfo Amoedo e Zeferino da Costa.
|
Horácio Hora (1853-1890)
|
Nasceu em Sergipe, onde fez
os primeiros estudos. Viajou à Europa com subsídio do governo
imperial. Em Paris, tornou-se freqüentador habitual do Louvre. Ganhou
vários prêmios. Especializou-se em retratos, mas o trabalho considerado
sua obra prima é a tela “Pery e Cecy”, inspirada na literatura de José
de Alencar.
|
Rafael Pinto Bandeira (1863-1896)
|
Aos 16 anos já estava na
Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Prematuramente
reconhecido, o artista permaneceu por vários anos em Salvador onde foi
professor de desenho e paisagismo. É considerado como um dos mais
importantes paisagistas e marinhistas do século 19.
|
Wilson Tibério (1923-2005)
|
Nasceu no Rio Grande do Sul
e viveu durante longo período em Paris. O distanciamento do país,
segundo Emanoel Araujo, o teria levado a pintar repetidamente motivos
afro-brasileiros. O artista esteve no Senegal, de onde foi expulso por
se envolver num movimento revolucionário. Faleceu na França.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário