Filme: A princesa e o sapo
A Princesa e o Sapo (título original: The Princess and the Frog), é um filme animado pela Walt Disney Animation Studios (2009).
Realmente é um filme muito bonitinho e que maravilha: Finalmente príncipes e princesas negras. Mas...
É preciso ter uma postura crítica ao assistí-lo e ao trabalhar com ele em sala de aula.
Embora retrate figuras negras de forma bela (dentro de um padrão já
estabelecido por nossa sociedade - não há traços característicos que o
negro se identifique, a "princesa" parece uma Barbie pintadinha de
pretinha), devemos atentar para o que esse filme intensifica, reproduz,
reforça na mente dos nossos pupilos.
A história remonta um
cenário negando novamente o nosso legado da cultura negra. Novamente, a
menina negra não tem origem (a princesa - de nada, só porque intitularam
assim, pois não há nada que dê motivo para ter esse título. Por que não
referendar que poderia ser princesa, por exemplo, em sua origem? Pois
na África também houve/há reis, príncipes, realeza), apenas coloca-se
que é filha de empregada e o seu maior sonho é ser cozinheira, dona de
um restaurante (não desmerecendo a profissão), mas o que isso representa
em nosso contexto histórico-cultural, que subconscientemente o lugar da
mulher negra é na cozinha. O rapaz negro, o príncipe, gosta de arte,
música (que não é muito reconhecido como uma profissão de valor), não
gosta de trabalhar, sem credibilidade alguma, um vagabundo, incapaz de
ter responsabilidade. Novamente, reforçando a idéia de que negro não
passa disso, um vagabundo e deve viver na senzala (o príncipe é
deserdado).
Os príncipes e princesas das histórias europeias
são sempre heróis, a missão sempre é salvar o reino inteiro, sofrem
injustiças e no final vivem felizes para sempre, admirados por todos,
tornando-se reis e rainhas de fato, lugar de sua origem.
Vejam
como reproduzimos esse pensamento para os nossos pupilos negros e
não-negros mais uma geração à dentro. Não podemos permitir isso! O
professor precisa fazer essa crítica, ter esse cuidado, esse olhar e
discutir com seus alunos (de qualquer nível, modalidade, faixa etária)
para que não continuemos a ver o mundo com essas diferenças tão
discrepantes e cruéis, porque é isso que simboliza.
Em meio a
cantorias e muita aventura durante o filme, é preciso atentar para essas
estruturas, e não digo que não devamos usá-los como instrumento, pelo
contrário, utilizar o material para refletir a nossa sociedade, os
nossos conceitos e preconceitos, nossa mentalidade, porque certamente,
nem nos damos conta da imagem tão negativa que estamos reproduzindo
sobre nós mesmos. Então, sugiro que ao assistir esse filme (e outros)
tenham esse novo olhar, para que possamos ter o discernimento, a
capacidade e a coragem para discutir esse assunto tão delicado para nós,
pois é doloroso assumir que na verdade é mais ou menos assim mesmo que
pensamos, mas isso é um projeto introduzido em nossa história há
séculos, é claro que não é fácil desconstruir esse jeito de pensar de
uma hora para outra, mas já é hora! Aliás, já passou da hora! E é esse o
nosso papel, o nosso desafio como professor, fomentar o pensamento
crítico em nossos educandos, mas é preciso que o professor tenha essa
visão.
Conto contigo para repensar a sua postura diante das
questões do negro e muitos outros segmentos que sofrem discriminações e
preconceitos.
Apenas minha opinião agora!
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facebook : Ingrid Costa
Show amiga, é isso mesmo. Infelizmente alguns trabalham o assunto porque tem que trabalhar e ao apresentar este filme sentem -se inaltecendo o negro e não lê nas entrelinhas, não analisa a abordagem do tema. Se este realmente está sendo justo ou apenas está, veladamente, fazendo uma apologia ao preconceito. Parabéns amiga!
ResponderExcluirObrigada querida! Sempre acompanhanfo minhas reflexods ne?
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